Urban Afro Jazz

O Urban Afro Jazz é mais do que um festival; é um movimento que reivindica e celebra o protagonismo negro no jazz e na música instrumental. Idealizado por Glaw Nader — pianista, cantora, compositora, professora e pesquisadora —, o projeto nasceu de um incômodo profundo: a predominância de artistas brancos nos palcos dos festivais de jazz no Brasil, mesmo sendo este um gênero musical negro.

Com uma proposta pioneira, o Urban Afro Jazz busca não apenas ocupar os palcos, mas também recontar a verdadeira história do jazz. Ao destacar sua origem afrodiaspórica, o festival promove uma conexão profunda entre o público negro e esse gênero musical, fortalecendo a percepção de que o jazz é, essencialmente, parte de um legado cultural e artístico negro. Mais do que apreciar a música, a ideia é que as pessoas pretas se reconheçam nela e passem a consumi-la com o entendimento de que ela é uma expressão autêntica de sua identidade.

A primeira edição do Urban Afro Jazz aconteceu em novembro de 2024, com uma programação que se estendeu por duas semanas. Nos dias 19, 20 e 21, o festival trouxe uma rica agenda de shows e painéis, enquanto nos dias 26, 27 e 28, foi realizado o Simpósio Afro-Sonâncias, reunindo pesquisadores negros em discussões sobre música, história e identidade negra.

Essa iniciativa vai além da música, reforçando a importância de construir narrativas que resgatem e valorizem o papel das comunidades negras na formação de um dos gêneros musicais mais influentes da história.

O Urban Afro Jazz foi viabilizado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Budweiser, e é uma realização de Glaw Nader e do Governo de Minas Gerais.

Simpósio Afro-Sonâncias: Estudos Musicais e Identidade Negra

O Simpósio Afro-Sonâncias surge como uma iniciativa pioneira no campo dos estudos musicais e culturais, oferecendo uma plataforma única para destacar e promover a produção científica e intelectual de pesquisadores negros. O evento busca fomentar discussões críticas sobre a música e sua relação com a identidade negra, trazendo à tona questões de representatividade, resistência cultural e a contribuição dos músicos e estudiosos negros para o campo da música.

Reunindo palestrantes de Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro, o simpósio contará apresentações de pesquisas que abordam tanto a presença afrodiaspórica na música quanto o impacto da ancestralidade africana na música popular brasileira. A abrangência temática do evento também se estende para investigações no campo da história e cultura, ampliando a compreensão das manifestações musicais como ferramentas de resistência e identidade. A programação se distribuiu entre os dias 26, 27 e 28 de novembro e você pode acessar as comunicações no canal do YouTube do Urban Afro Jazz.

Organizado e coordenado por Glaw Nader, o simpósio integra o estreante e inovador Urban Afro Jazz, uma programação dedicada ao jazz e à música instrumental, cujo foco é a retomada do protagonismo negro nesses gêneros. Esse encontro acadêmico visa não apenas reconhecer as contribuições históricas, mas também abrir espaço para novas vozes que moldam o presente e o futuro do jazz, da música instrumental e da cultura em suas múltiplas expressões.

Painel: De Raízes ao Futuro: Como o Jazz se Reinventa

O painel “De Raízes ao Futuro: Como o Jazz se Reinventa ” reuniu três nomes da cena musical contemporânea: Jonathan Ferr (pianista), Josiel Konrad (trombonista) e Glaw Nader (cantora, pianista e pesquisadora). Cada um deles traz uma perspectiva única e valiosa para a discussão: Jonathan Ferr é reconhecido por suas composições inovadoras que mesclam elementos tradicionais do jazz com influências contemporâneas; Josiel Konrad destaca-se pela habilidade de integrar o trombone em arranjos modernos, trazendo um frescor ao gênero; e Glaw Nader, com sua habilidade como cantora e pianista, é conhecida por arranjos que incorporam influências das raízes da música africana e da sonoridade das big bands. Além disso, Nader se dedica a pesquisar a fricção do jazz com a música brasileira e a cultura afro-diaspórica, ampliando o diálogo entre as tradições musicais.

Com um olhar apurado sobre os caminhos sonoros e estéticos do jazz, o painel discutirá como esse gênero, que completa mais de 100 anos desde sua aparição, continua a se transformar e a se manter relevante. Nos últimos anos, o jazz brasileiro tem testemunhado um renascimento, com novos artistas emergindo e reinterpretando a tradição de formas que dialogam com a diversidade cultural do país. Este movimento não só reafirma a riqueza do jazz nacional, mas também contribui para o reconhecimento do papel fundamental da negritude na formação do gênero.

A discussão se concentrará em entender as ferramentas e mecanismos que atualizam o jazz, tanto internacionalmente quanto no Brasil, onde o gênero ganha contornos próprios, sem jamais se tornar datado. Essa conexão com novos públicos é essencial, pois o jazz, ao refletir a identidade negra, permite que mais pessoas se vejam representadas e se sintam parte desse legado cultural, estabelecendo um elo que revitaliza o interesse por suas raízes.

Painel: Cultura Negra no Palco: O Papel dos Festivais Pretos

O painel “Cultura Negra no Palco: O Papel dos Festivais Pretos” reúne quatro produtores de festivais que têm transformado a cena cultural de Belo Horizonte, focando na promoção e valorização da cultura negra. Bia Nogueira (IMuNe – Instante da Música Negra), Glaw Nader (Urban Afro Jazz), Camilo Gan (Bloco Afro Magia Negra e Festival Gira) e Vitor Magalhães (Palco Hip Hop) são os convidados que irão debater os desafios, as conquistas e o impacto social de suas iniciativas.

Bia Nogueira é cantora, atriz e uma das idealizadoras do IMuNe (Instante da Música Negra), um festival que privilegia a produção musical de artistas negros. Além de dar espaço para novos talentos, o IMuNe reflete a diversidade da música preta contemporânea, promovendo diálogos sobre ancestralidade e inovação.

Camilo Gan é o criador do Bloco Afro Magia Negra e do Festival Gira. Suas iniciativas contribuem para a valorização e a preservação da cultura afro-brasileira, promovendo a identidade cultural e o pertencimento. Camilo utiliza suas produções para criar espaços de visibilidade para a arte e a música negras, fortalecendo o papel da cultura afro-brasileira na cena artística de Belo Horizonte.

Glaw Nader, pianista, cantora, arranjadora e produtora, é a idealizadora do Urban Afro Jazz, um festival que busca reconectar o jazz às suas raízes afro-diaspóricas e à negritude, trazendo de volta o protagonismo preto à cena do jazz e da música instrumental. Glaw também é uma pesquisadora respeitada, com foco na interação entre o jazz e a música afro-brasileira.

Victor Magalhães, produtor cultural, é o idealizador do Palco Hip Hop, um espaço voltado para a expressão artística e política do movimento hip hop, conectando juventude, cultura de rua e resistência negra. O festival oferece uma plataforma essencial para jovens talentos, destacando a importância do hip hop como uma voz potente na luta por justiça social.

Neste encontro, os convidados discutirão como esses festivais contribuem para o fortalecimento da cultura preta e sua inserção no cenário artístico local e nacional. A conversa vai além do entretenimento, destacando a importância de dar voz e visibilidade a artistas e produtores negros, e como essas plataformas promovem conscientização, identificação, resistência e transformação social.

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