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Capítulos

O improviso de Elis Regina e Wilson Simonal em Rosa Morena de Dorival Caymmi no vídeo de 1971 – ISBN: 978-85-60488-33-9

Resumo: Estudo sobre a performance de Elis Regina e Wilson Simonal em Rosa Morena de Dorival Caymmi, durante sua apresentação no programa Elis Especial da TV Globo em 1971. Após uma contextualização sobre o improviso vocal no jazz, abordamos como seus elementos foram incorporados à música popular brasileira. Constatou-se que, no canto de Elis Regina e Wilson Simonal, há utilização de palavras e trechos da própria letra da música como elementos temáticos do improviso vocal, propiciando o desenvolvimento de uma linguagem original de improvisação vocal jazzística brasileira, conforme se notará pela análise da transcrição do improviso de Elis e Simonal. Essa performance, precedida pela gravação de Elis Regina de Rosa Morena em 1966, compõem os primeiros registros desse estilo de improvisação no Brasil.
Você pode acessar o capítulo completo em: https://musica.ufmg.br/selominasdesom/wp-content/uploads/2019/05/LIVRO-Di%C3%A1logos-Prat- Perf-N.4.pdf

Glaw Nader – Universidade Federal de Minas Gerais Bolsista da CAPES
glaw.nader@gmail.com
Mauro Rodrigues – Universidade Federal de Minas Gerais
maurorodr@gmail.com

O Arranjo vocal do Sambaranda em Capim, de Djavan – ISBN: 978-65-88804-13-1

Resumo: Este capítulo apresenta uma análise das técnicas de arranjo vocal na música popular brasileira em um estudo de caso sobre a canção Capim, de Djavan, em performance do grupo Sambaranda. Partimos de duas fontes primárias: o vídeo do grupo gravado no Teatro do CEU Casa Blanca na cidade de São Paulo (SAMBARANDA, 2015), e a gravação da canção no disco Sambaranda: Delírios vol. 1 (SAMBARANDA, 2016) em arranjo de Rafael Carneiro. Discutimos aqui (1) as características do arranjo vocal em geral, (2) sua tipologia, (3) técnicas vocais da formação a capella, (4) improvisação vocal e (5) algumas relações entre o jazz e a música popular brasileira na canção Capim. Na nossa análise musical, utilizamos os conceitos de (a) fricção de musicalidades e hibridismo (PIEDADE, 2011), (b) arranjo musical (ALMADA, 2000; GUEST, 1996), (c) textura musical (BERRY, 1987), (d) arranjo a capella (VONDRAK, 2014) e (e) arranjo vocal (PEREIRA, 2016 e 2018; CARVALHO, 2013). Observamos a utilização de diversos procedimentos de arranjo e a utilização de silabação randômica aos moldes do scat singing norte-americano, o que além de apresentar um novo material no choruses do improviso, indica uma hibridação entre jazz e música brasileira em um grupo vocal a capella.
Você pode acessar o capítulo completo em: https://musica.ufmg.br/selominasdesom/wp-content/uploads/2021/08/Versao-Final-PDF- Dialogos-6.pdf

Glaw Nader – Universidade Federal de Minas Gerais Bolsista da CAPES
glaw.nader@gmail.com
Fausto Borém – Universidade Federal de Minas Gerais
faustoborem@gmail.com

Artigos

Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha: O embranquecimento do Choro e a negritude apagada

Discuto neste artigo, o embranquecimento do choro notadamente evidenciado em três situações: 1. A negritude apagada de Chiquinha Gonzaga, que até pouco tempo estava no imaginário brasileiro como o de uma mulher branca; 2. A estética sonora embranquecida com base na história protagonizada por Pixinguinha e Radamés Gnatalli na gravadora Victor; 3. O racismo por parte dos protagonistas brancos no choro e no samba nos anos 1930 e 1940. O embranquecimento, remonta ao projeto politico pós-abolição de embranquecer o povo brasileiro, Esta discussão se dará com base em conceitos de negritude (seus usos e sentidos) de Munanga (2019), racismo e desigualdade de Carneiro (2011) e decolonialidade e pensamento afrodiaspórico de Bernardino-Costa, Maldonado-Torres E Grosfoguel (2020).
Você pode acessar o artigo completo em: https://www.artecultura2022.laboratoriosocial.com.br/anais/trabalhos/anais01?simposio=41 6

Glaw Nader – Universidade Federal de Minas Gerais Bolsista da CAPES
glaw.nader@gmail.com

O apagamento de Johnny Alf, Leny Andrade e Alaíde Costa no caldeirão de preconceitos da bossa nova e do samba-jazz

Publicado nos Anais da ANPPOM — XXXV Congresso Internacional, 2025

A história da bossa nova e do samba-jazz costuma ser contada a partir de um panteão já consagrado: Tom Jobim, João Gilberto, Elis Regina… Mas a ausência de nomes como Johnny Alf, Leny Andrade e Alaíde Costa nas narrativas oficiais revela um mecanismo de exclusão racial que marcou a música brasileira no século XX.

Neste artigo, questiono a construção historiográfica que exalta intérpretes brancos enquanto marginaliza artistas negros que definiram — estética e politicamente — a sonoridade desses movimentos. Revisitar suas trajetórias significa tensionar os mitos de origem da música brasileira, expor os filtros racializados da indústria fonográfica e propor uma escuta mais justa às vozes negras que criaram inovação e excelência.

Recolocar Alf, Leny e Alaíde no centro dessa história é um gesto de reparação, mas também de futuro: afirma-se o direito da diáspora negra de narrar e protagonizar suas próprias construções musicais.

A Outra História da Música – Leia o artigo completo nos Anais da ANPPOM
https://anppom.org.br/congressos/anais/v35/

O diálogo de Wilson Simonal e Sarah Vaughan em Time After Time (1970)

Publicado nos Anais do PERFORMUS’25 – 13º Congresso Internacional da ABRAPEM

O encontro histórico entre Wilson Simonal e Sarah Vaughan, exibido pela TV Tupi em 1970, permanece surpreendentemente pouco explorado. Em diálogo com Fausto Borém, analiso essa performance como um intercâmbio sofisticado de improvisação vocal, marcado por escuta, técnica e paridade entre dois gigantes negros da diáspora.

Simonal, frequentemente reduzido ao estigma da “pilantragem”, demonstra pleno domínio das práticas jazzísticas: citações melódicas, variações rítmicas ousadas, antecipações harmônicas e emulação fonética refinada de Vaughan. Ele não apenas acompanha a convidada — ele provoca, responde e cria contrapontos.

Esse encontro revela uma conversação musical fluente, madura e politicamente significativa: Simonal em pé de igualdade com uma das maiores vozes do jazz mundial. Uma cena que merece ser finalmente reconhecida como marco da história do jazz no Brasil.

A Outra História da Música – Leia o artigo completo nos Anais do PERFORMUS’25
https://abrapem.org/wp-content/uploads/2025/11/Anais-PERFORMUS-25-completo-para-site.pdf

Protagonismo negro no jazz: o afrojazz como tecnologia ancestral

Capítulo do livro Encruzilhadas Culturais – arte, corpo e resistência (2025)
Organização: Seu João Xavier | GECRE – Grupo de Estudos Críticos para as Relações Étnico-Raciais

Este capítulo parte de uma crítica central: o jazz é um gênero negro, mas sua história — no Brasil e no mundo — tem sido embranquecida por processos de apropriação cultural. Tomo como exemplo o álbum Ouro Negro (2001), tributo à obra de Moacir Santos interpretado por uma big band quase integralmente branca, para evidenciar como a branquitude mantém domínio simbólico sobre produções afro-diaspóricas.

No Brasil, essa lógica se repete na forma como o jazz foi reescrito como um espaço elitizado, apesar do protagonismo negro de artistas como Simonal, Jorge Ben Jor, Leny Andrade e Alaíde Costa. Festivais que celebram um gênero nascido de resistência negra mas com palcos majoritariamente brancos reforçam esse racismo estético.

Em resposta, o afrojazz emerge como movimento contra-colonial e espiritual, orientado pelo princípio Sankofa: retornar às raízes para projetar um futuro que respeite a ancestralidade. É gesto de retomada de poder e autoria — o jazz reencontrando quem o criou.

 A Outra História da Música – Saiba mais no livro Encruzilhadas Culturais
https://drive.google.com/file/d/1qCswFGV62guq_P2lLOdug1vOW9F5zxPN/view

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